Feliz dia das Mães
Diariamente, uma mãe se sente insuficiente e se questiona se está fazendo um “bom trabalho”.
Diariamente, uma mãe carrega amor e culpa, quase que na mesma proporção (altíssima por sinal).
A maternidade ressignifica a vida. E eu não tinha ideia do turbilhão de mudanças, sentimentos e demandas que ela traz consigo.
Ninguém me falou sobre as estrias, sobre o vazio do pós-parto, sobre as inseguranças, medos, fissuras, dores (muitas dores físicas e emocionais) e solidão.
E essa foi a primeira lição da minha maternidade, minhas escolhas nunca mais seriam individuais, porque elas impactam um todo que vai além do eu.
Não cedo à todas as vontades da minha filha, pois isso não contribui para a sua formação. Nem tampouco a obrigo a acatar todas as minhas, por acreditar que relação é troca. E essa é a segunda lição: “3+2=5, mas 4+1 também é”.
Não é porque eu gosto/faço as coisas de um jeito que esse é o único modo certo. Cada um tem suas próprias formas, visões de mundo, personalidades e isso independe da idade. Quando nos permitimos perceber o outro, nos percebemos e aceitamos melhor nós mesmos, reconhecendo as semelhanças e respeitando as diferenças.
Nem sempre o dia a dia dá certo, isso envolve choro, birra, frustração (em ambas as partes). E é assim que vamos nos desconstruindo do “eu quero por mim”, para o “hoje podemos tentar desse jeito, no meio termo por nós?”, mas tem momentos que não vai dar.
E isso funciona para absolutamente tudo.
O ser mãe não tem trégua.
E essa é a terceira lição, como disse Clarice Lispector: “perder-se também é caminho”.
Não é fácil, não é simples, não é só riso.
A maternidade é linda sim, não digo que não. Mas algumas desconstruções são necessárias para que a sociedade evolua. Já diria O Teatro Mágico “A demanda do mundo é amar”, que bom que vocês semeiam amor, teremos lindos frutos na humanidade.”
– Bruna Carvalho, colunista Aprendiz do Mundo.
Feliz Dia das Mães 🌻